Almocei com meu amigo alienígena em um simpático restaurante natural, porque ele não come carne. Eu o chamo de alienígena e ele me chama de alienista (naturalmente uma referência a Machado de Assis).
Ele diz que leu meu último post. E perguntou onde existem tais pessoas com cabeça de galo. Eu disse que era apenas uma imagem ilustrativa e perguntei o que ele havia achado do que escrevi. Naturalmente, por educação, ele disse que gostou. Porém, tinha acréscimos fazer.
Comentou que mediante o que eu disse, o conceito de trabalho implica em algo que separa o homem da natureza. Que não há como comparar a formação de um ciclone com a explosão de uma bomba atômica, pois na primeira situação não há intencionalidade. Portanto, o conceito de trabalho implica em uma atividade cujo fim deve ser entendido a partir da utilização das coisas naturais e da modificação do ambiente para satisfazer às necessidades humanas.
Então, perguntei, quando Freud fala em trabalho do sonho, trata-se apenas de uma metáfora, pois, nesse caso, há um processo inconsciente em jogo?
Ele respondeu que existem outras dimensões para a palavra trabalho e que, sendo livremente aplicadas e estando dicionarizadas, não devem ser desconsideradas. Fazem parte da riqueza dos termos. Porém, quando falamos em trabalho, em geral nos referimos a esse processo e atividades que justamente nos afastam das práticas espontâneas. E é dentro dessa definição do meu amigo alienígena que encontramos a história das técnicas, da tecnologia e da cultura material humana.

Nenhum comentário:
Postar um comentário