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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estudo da FIESP expõe parte do problema da corrupção do Brasil, 75º colocado no ranking mundial da corrupção


Estudo da FIESP expõe a infâmia da corrupção e suas consequências. O custo econômico da corrupção deveria fazer o país parar para pensar. Em sua página da WEB, a FIESP traz um estudo realizado pelo seu departamento de Competitividade e Tecnologia. O título é "CORRUPÇÃO: CUSTOS ECONÔMICOS E PROPOSTAS DE COMBATE".

Dinheiro apreendido durante a Operação Hurricane, da PF
O que a escola pública do seu bairro faria com essa grana?
Quanto a indústria da segurança deixaria de arrecadar se houvessem menos bandidos?
Coisas nada engraçadas para ponderar.

  1. No trecho em que estima o preço da festa com o dinheiro público, o documento traça dois diferentes cenários. Um, efetivo, aproxima o Brasil de países que combatem a corrupção com rigor. Outro, teórico, considera um quadro em que a corrupção tenderia a zero.
  2. Na primeira cena, o país deixaria de gastar em subornos e propinas R$ 41,5 bilhões por ano. Coisa de 1,38% do PIB. Na segunda, seriam poupados R$ 69,1 bilhões. Ou 2,3% do PIB.
  3. É o equivalente a 60,2% de todo o dinheiro que o setor público (excluindo-se as estatais) aplicou em investimentos no ano de 2008. Isto infelizmente representa 27% do gasto anual com educação.
  4. Corresponde a cerca de 40% do orçamento da saúde pública. Mais: os R$ 41,5 bilhões da corrupção superam tudo o que a União e os Estados gastaram com segurança pública no ano de 2008: R$ 39,52 bilhões.
  5. O PAC destinou à rubrica “habitação” R$ 55,9 bilhões. Com esse dinheiro, o governo espera prover moradia a 3,96 famílias.
  6. Diz o estudo: “Utilizando o custo médio anual da corrupção (R$ 41,5 bilhões) para construção das habitações, temos que 2,94 milhões de famílias poderiam ser atendidas, ou seja, 74% das famílias previstas pelo PAC”.
  7. O PAC destinou R$ 33,4 bilhões à construção de 45,3 mil quilômetros de rodovias. E conclui: aplicando-se o dinheiro da corrupção em asfalto, “seria possível construir 56,3 mil quilômetros, isto é, todos os projetos do PAC e ainda sobrariam mais 11 mil quilômetros”.
  8. Segundo o documento, no período entre 1990 e 2008, a média do PIB per capita do País era de US$ 7.954. E anota que, se o Brasil estivesse entre os países menos corruptos, esse valor subiria para US$ 9.184. Um aumento de 15,5% na média do período -1,36% ao ano.
  9. A Fiesp menciona que o dinheiro da corrupção daria para bancar a elevação do número matrículas na rede pública de ensino fundamental de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos. Iriam aos bancos escolares mais 16 milhões de jovens.
  10. Na saúde, o dinheiro seria suficiente para aumentar o número de leitos para internação no SUS em 89% – 327.012 camas hospitalares a mais. Em saneamento, os recursos desviados levariam esgoto a 23,3 milhões de casas –acréscimo de 103,8% em relação ao que está previsto no PAC.
  11. Em infraestrutura, livrando-se dos desvios, o Brasil teria 13.230 quilômetros adicionais de ferrovias. Ou 184 novos portos. Ou 277 novos aeroportos. O que isso, emconjunto com saúde e outras obras de infraestrutura significaria em economia de vidas??? Uau!!!
  12. Segundo comentário de Josias de Souza, no pedaço do documento dedicado às “propostas de combate à corrupção”, a Fiesp "oferece uma agenda dividida em dois tópicos: reformas institucionais e reformas econômicas".
  13. A seguir, transcrevo o comentário de Josias de Souza a respeito do que o documento deixou de fora: "O estudo da Fiesp sonega à platéia o essencial. Deixa de mencionar o papel do empresariado no jogo da corrupção. Não é novidade que, em Brasília, tudo está à venda. Excetuando-se a mãe, que não tem valor de mercado, vende-se de emendas ao Orçamento à honra pessoal.


"Quem desce a Esplanada, rumo à Praça dos Três Poderes, ouve o tilintar de verbas. Se há o balcão, existe demanda. Os compradores de facilidades são, porém, invisíveis. E não há quem queira identificá-los. Muito menos a Fiesp.

Só de raro em raro, numa ação fortuita do Ministério Público e da Polícia Federal, joga-se um facho de luz sobre um ou outro corruptor. O empresariado reclama do chamado “custo Brasil”. Queixa-se dos portos ineficientes, das estradas esburacadas, da burocracia governamental, disso e daquilo.

Mas cultiva um estrepitoso silêncio em relação ao “custo pilhagem”, que inclui, além de propinas e de financiamentos eleitorais obscuros, a sonegação descarada de impostos.

Sustenta-se há décadas o conveniente discurso de que o Estado é o grande vilão do descaminho do empreendimento brasileiro. O que a Fiesp se exime de dizer é que, do outro lado do balcão de malfeitorias, encontra-se a mão do empresariado. Sem ela, não haveria corrupção." (Josias de Souza)

Veja a íntegra do documento da FIESP.

"Se gritar pega ladrão
não fica um, meu irmão"
A música continua, infelizmente, atualíssima!

Você que é empresário, está na hora de pensar que uma iniciativa de apoio às campanhas contra a corrupção pode render muitos dividendos para a sua empresa.
Veja o poder que representa associar a imagem de seus produtos e serviços a uma causa essencial:

CORRUPÇÃO ZERO!
UTOPIA NELES!

(Mesmo se não chegarmos a zero,
podemos chegar a níveis sustentáveis, com punição para corruptos e corruptores.
Não é um cenário melhor do que o atual?
Pense nas estradas, por exemplo.
Pense na ausência de ferrovias.
Pense na necessidade de uma carga tributária elevada para compensar o custo dessa roubalheira.
Não é disso que o Brasil sempre se queixou?)





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