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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


No futuro, acessaremos informações pelo pensamento, diz autora de "O Poder das Redes Sociais"

BRUNA SÁ
colaboração para a Livraria da Folha

Tara Hunt/Divulgação
Especialista em marketing digital, Tara Hunt fala sobre redes sociais à Livraria da Folha
Especialista em marketing digital, Tara Hunt fala sobre redes sociais à Livraria da Folha
A canadense especialista em comunicação Tara Hunt revela como a reputação no mundo digital, o "Fator Whuffie", pode aumentar os resultados dos negócios de uma empresa, no mais novo livro sobre comunidades on-line "O Poder das Redes Sociais".
"Whuffie" é, na verdade, a moeda de troca virtual, se ganha ou se perde com base nas atividades on-line e no que as pessoas pensam das corporações.
Para Hunt, considerada uma das mais influentes mulheres da tecnologia pela revista "Fast Company" e pioneira no marketing on-line no Vale do Silício, quanto mais você fornece bons conteúdos on-line, mais você recebe credibilidade em troca, ou seja, você é o que compartilha.
Na obra, a autora se utiliza de uma linguagem objetiva para ensinar como usar o poder das redes sociais para construir uma marca com boa reputação, já que no mundo virtual de hoje, isso tem mais relevância do que o valor econômico da empresa no mercado.
Em entrevista, por email, à Livraria da Folha, a autora fala sobre o futuro das redes sociais e diz não estar louca ao afirmar que, provavelmente, a busca pelas informações migrará para dentro da cabeça do homem. Hunt comenta também sobre a restrição do uso das redes sociais durante o horário de trabalho e esclarece por que amamos as empresas com maior "Whuffie".
Leia abaixo a íntegra da entrevista.
*
Livraria da Folha: Quais são as três dicas fundamentais para quem está abrindo um negócio e busca ajuda nas comunidades on-line?
Tara Hunt: Primeiro se pergunte: estou abrindo um negócio que será a solução dos problemas de alguém? Segundo: você não existe sem os seus consumidores. Trate-os bem, envolva-os em seus negócios. Seja aberto a novidades. Aprenda. Busque ideias e assim por diante. E em terceiro: seu fator de sucesso é, na verdade, o número de pessoas que você retém, são aquelas que ficam engajadas com seu conteúdo e querem compartilhá-lo. São aquelas que amam o que você está fazendo.
Livraria da Folha: Ao explicar o poder das redes sociais às pessoas, muitas querem saber, antes de tudo, o retorno sobre os investimentos, ou seja, quanto de lucro esse investimento trará, um retorno difícil de mensurar. Como convencer esse público da importância das comunidades on-line?
Hunt: Ao invés de convencer com números, eu iria levar a conversa para o lado pessoal das coisas. Eu amo contar histórias de como conexões on-line com pessoas trazem retornos positivos. Eu mostraria a correlação entre conexões sociais e humanas, e o rápido crescimento das empresas mais amadas e queridas do mundo.
Livraria da Folha: A senhora acredita que estar presente nas redes sociais é importante para empresas de todos os setores? Consegue imaginar um negócio que não deveria atuar nas redes sociais?
Hunt: Houve épocas em que essa pergunta foi feita quando surgiu o telefone, depois quando surgiu o email e os websites. As redes sociais são apenas mais um meio inovador de comunicação. Um meio que é complexo e descentralizado, mas um inovador modo de se comunicar, sem dúvida. Todo negócio que conversa com um ser humano de um jeito ou de outro, mesmo quando a empresa tem outra empresa como cliente, terá que responder por esses canais algum dia. Redes sociais não são uma moda passageira. As plataformas podem ser, mas a interação on-line que existe hoje certamente não é.
Livraria da Folha: Em seu livro "O Poder das Redes Sociais", a senhora comenta sobre os retuítes, tuítes promocionais, tuítes de informação, tuítes cômicos e tuítes respostas. Qual a importância de cada um deles? Existe uma divisão correta entre essas categorias para as empresas quando forem escrever no Twitter?
Hunt: Eu não acho que existe um número certo, um percentual estudado, em que devemos nos ater. Você tem algo importante a dizer aos seus seguidores? Você está respondendo às pessoas? Seus clientes estão te ouvindo? Você está ajudando-os com algum problema ou interagindo com eles de uma maneira positiva? Então, eu comparo esse processo ao tentar fazer amigos em uma festa. Tente balancear a ação de escutar com a ação de ouvir para fazer bons amigos aos invés de entediar ou ofender as pessoas.
Divulgação
Saiba como usar as redes sociais ao seu favor e de sua empresa
Saiba como usar as redes sociais ao seu favor e de sua empresa
Livraria da Folha: O fato de algumas empresas darem mais atenção para estratégias de redes sociais está influenciando o marketing tradicional e os problemas offline das companhias. A senhora enxerga esse fato como uma ameaça futura? Como balancear o novo marketing com o tradicional? O "Whuffie" de uma empresa é mais importante que seu prestígio no mundo fora das redes?
Hunt: Como expliquei anteriormente, não existe uma divisão nos meios de comunicação, muito menos entre marketing on-line e offline. Tudo é relacionamento. Eu nunca gostei do termo "redes sociais", mas adoro o fato de que tudo está ficando mais social. Até mesmo televisão e filmes, as mídias mais passivas estão se tornando mais sociais. Todo mundo está aprendendo essa lição que é tão básica, mas que ficou perdida por décadas. As pessoas têm a necessidade básica de se comunicar umas com as outras. As empresas que entendem isso são aquelas que amam o "Whuffie", ou seja, o capital social.
Livraria da Folha: O que a senhora acha de trabalhadores e executivos acessando as redes sociais enquanto trabalham? Acha que isso pode causar distração e queda de produtividade ou seria algo bom para o "Whuffie" da empresa? Na sua opinião, o acesso deve ser restrito ou livre para todos?
Hunt: Se estamos falando de restringir o uso de redes sociais, por que não restringir o uso de telefones e confiscar os celulares logo na entrada? Talvez você queira remover também os bebedouros, as lanchonetes, as cadeiras e as mesas dos funcionários. Ah, e esqueça o relacionamento com o consumidor também. Essas relações podem atrapalhar a empresa. Depois não se esqueça de se livrar de toda distração e tempo livre dos funcionários. Já vão tarde!
Estou brincando, claro. Mas essas medidas não são menos ridículas do que restringir o acesso às redes sociais nas empresas.
Livraria da Folha: Em seu livro, "O Poder das Redes Sociais", a senhora afirma que o capital social é fundamental para todas as companhias. Como explicar o fenômeno Apple, que mesmo estando de fora de todas essas plataformas, exceto por alguns fóruns, continua sendo uma das maiores e mais amadas empresas do mundo? Acredita que a Apple seria maior ainda se tivesse uma forte presença em comunidades on-line como Twitter e Facebook?
Hunt: Capital social existe também fora de comunidades on-line. Relacionamentos podem ser construídos de todas as maneiras. A empresa Apple conseguiu criar um forte relacionamento com seus clientes através de seu foco em beleza, perfeição e importância que dá a experiência direta do consumidor com seus produtos. A Apple segue a regra número um de meu livro (a única feita a partir dos gastos de outros): criar experiências incríveis a seus consumidores.
Não sei se a Apple poderia lidar com a presença em comunidades on-line. Eles têm muito "Whuffie".
Livraria da Folha: A senhora acredita que assinaturas de conteúdo online [RSS] serão mais importantes que os próprios websites?
Hunt: Posso parecer louca ao responder isso, mas não acredito que no futuro usaremos quaisquer tipos de aparelhos eletrônicos exteriores ao nosso corpo. Eu tenho a sensação de que iremos dar uma busca no Google pelos nossos pensamentos e leremos blogs enquanto dormimos. Não só os websites serão irrelevantes no futuro, mas também qualquer tipo de aparelho eletrônico. Conteúdo é rei e irá se desenvolver para um modo interessante.
Livraria da Folha: Hoje em dia, as redes sociais ganharam importância como disciplina em universidades e colégios. Acredita que a criação de uma graduação específica no tema é necessária?
Hunt: Espero que não, como já disse. As redes sociais são só mais um meio para o conteúdo, embora eu gostasse de ver essa disciplina na grade curricular de todos os cursos. Emoções, conexões, relacionamentos, o lado humano presente na medicina, arquitetura, engenharia, esportes, ou seja, em todas as disciplinas. O livro "Inteligência Social: O Poder das Relações Humanas", de Daniel Goleman, assim como o livro "Inteligência Emocional", também do mesmo autor, deveriam ser leituras obrigatórias durante o Ensino Médio.
Livraria da Folha: Como lidar com os direitos autorais nas plataformas de redes sociais?
Hunt: Esse é um tópico em que não tenho muita propriedade para falar. Em meus conteúdos, coloco que tudo foi criado com colaboração de outros. Eu não acredito em propriedade intelectual, só em criação. No entanto, eu acredito que as pessoas devem ser livres para colocar seu conteúdo em diferentes plataformas.
Livraria da Folha: Redes sociais para a senhora e seus conhecidos são mais utilizadas para diversão ou conhecimento?
Hunt: Diversão! Mas novamente, conhecimento para mim é diversão também.
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"O Poder das Redes Sociais"
Autora: Tara Hunt
Editora: Editora Gente
Páginas: 280
Quanto: R$ 46,90 (preço promocional, por tempo limitado)
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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