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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um texto sobre o tempo e sua importância atual

Tempo

Publicado na revista Wish

"O bem mais valioso de nossa época não é o diamante nem o petróleo, a fórmula da Coca-cola ou o sorriso da Natalie Portman: é o tempo. Obedecendo à lei da oferta e da procura, quanto mais escasso ele fica, mais caro nos é. A seca temporal é geral e irrestrita, tão democrática quanto a calvície, a saudade e a morte: eu não tenho tempo, você não tem tempo, o Eike Batista não tem tempo, o cara que está vendendo bala no farol, em agônica marcha atlética para recolher os saquinhos dos retrovisores, antes que abra o sinal, também não tem."

Esta percepção do autor refere-se ao sentimento de urgência, que é, de fato, o grande drama contemporâneo, não apenas pelos nossos compromissos físicos, mas também devido ao avanço dos meios tecnológicos e de seus recursos, como as redes sociais.

O autor segue falando do vínculo da urgência com uma ansiedade crônica e que, por isso mesmo, não se refere a uma situação ou objeto qualquer, como seria o "natural". Vamos ler.

"Como vocês devem saber, o principal sintoma desta doença crônica – sem trocadilho - é a ansiedade. Toda manhã, flagro-me aflito, escovando os dentes, com pressa. Vejo-me batendo os pés no hall, enquanto o elevador não chega. Até o segundo que o cursor do celular leva para piscar, num SMS, permitindo-me digitar outra letra da mesma tecla, deixa-me exasperado."

Sem dúvida nenhuma, e não é demérito para o autor, é necessário avaliar como ele tem utilizado o seu tempo e de que recursos dispõe para eliminar os desperdiçadores, reduzindo a ansiedade e hierarquizando melhor suas tarefas e compromissos. Além disso, pode ser recomendável uma psicoterapia. Essa é uma abordagem do problema e funciona, acreditem!

A sensação de que no passado as coisas eram diferentes se refere a uma questão real, que é aceleração da nossa cultura, pois até mesmo as crianças estão soterradas por compromissos, mas também à entrada dele no mundo da responsabilidade inerente aos adultos numa era tão acelerada como a nossa, na qual o celular e a internet nos perseguem onde quer que agente vá. Por um lado, facilidade. Por outro, escravidão.

"Antigamente, não era assim. Na minha infância, os dias tinham trinta horas, alguns chegando mesmo a quarenta, se bem me lembro. Não, não é que eu faça hoje mais coisas do que antes. Já pensei nisso, mas veja só quantas obrigações eu tinha no passado: cinco horas na escola, lição de casa, inglês, bateria, natação, jantar com os pais, toda noite, sem contar os séculos ao vivo ou ao telefone tentando convencer alguma menina a beijar-me na boca... E, mesmo assim, ainda sobravam infinitos latifúndios improdutivos, impossíveis de se ocupar, por mais que assistisse televisão, tirasse cochilos vespertinos, lesse livros, fosse às casas dos amigos jogar videogame, falar mal dos outros ou simplesmente juntar nossos tédios, olhar as paredes e escutar o tic-tac dos relógios.(...)

Você sente a mesma coisa, ou sou só eu? Talvez seja só eu. Quem sabe, numa manhã de terça-feira, lá por 1998, eu tenha perdido a hora, para nunca mais a encontrá-la? Ficarei assim, trinta minutos atrás do resto do mundo, tentando alcançá-lo, ininterruptamente, como quem corre atrás de um trem, até o fim dos tempos. Será que foi isso?"

Escrito por Antonio Prata


O trecho acima é mais uma comprovação da atualidade e da necessidade da administração de tempo como qualidade de vida.


" - Que correria!!!"


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