O estudo, publicado na revista Science, redefiniu o que os cientistas acreditavam serem os elementos necessários à vida. Uma equipe de pesquisadores liderados por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da NASA, descobriu uma bactéria capaz de sobreviver em um meio recheado de arsênico, um composto historicamente conhecido por ser venenoso. Até então acreditava-se que os elementos básicos à vida de todos os seres vivos eram carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e fósforo. No caso da bactéria descoberta por Felisa e seus colegas no lago Mono, na Califórnia (EUA), o fósforo pode ser substituído pelo arsênico e a bactéria ainda consegue incorporá-lo em seu DNA.
Segundo texto de divulgação que acompanha o artigo científico também na Science, em nenhum momento Felisa afirma que a bactéria prefere ou mesmo usa naturalmente arsênico – a experiência foi feita em laboratório e o fósforo foi substituído paulatinamente por arsênico. “O lago Mono tem muito fósforo e também arsênico. A cepa [de GFAJ-1] cresce melhor quando alimentada com fósforo, mas para ela e outros, o GFAJ-1 é uma prova de que formas de vida sem fósforo podem existir em algum lugar da Terra”, afirma o texto assinado por Elizabeth Pennisi, da equipe editorial da revista.
A descoberta também abre novas perspectivas na busca de vida fora da Terra. Uma das premissas básicas na procura por vida extraterrestre é que deve-se investigar a presença dos elementos básicos à vida. Agora, com a descoberta de Felisa, é necessário repensar quais os elementos procurar.

Imagem de microscópio da bactéria: GFAJ-1 consegue colocar substância tóxica no seu DNA
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