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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Essas mulheres incríveis e suas máquinas voadoras

A mãe da aviação brasileira: canções de exílio.

Eu penso que as mulheres estão vivendo um momento histórico favorável para encontrarem o seu lugar como gênero em uma nova configuração da cultura e precisam da referência da superação dos limites para se estimarem e encontrarem a sua real capacidade. Acho que a melhor forma é colocar o talento e a capacidade no mundo, como essas pessoas citadas no meu post sempre fizeram, com muita naturalidade, competência e maestria.
Talvez a pessoa menos conhecida ali, porém não menos importante, foi a Anésia, por quem eu tenho admiração desde menino, pois sempre curti o período heróico da aviação, até porque o pai da aviação e do relógio de pulso (rs) foi um brasileiro, o incrível Santos Dumont.
A trajetória de Anésia na aviação começou em 1921, ao iniciar o seu treinamento de piloto. Hoje, a palavra tem gênero feminino e podemos falar "pilota" com tranquilidade. Na época acho que não, pois ela foi a segunda mulher a obter um brevê no Brasil. Foi no dia 9 de abril de 1922. Antes dela, apenas Teresa de Marzo tinha obtido o seu, apenas um dia antes. Mas, a primeira foi mais longe. Teresa se casou com o intrutor de ambas, mas Anésia foi atrás de seus limites nos campos de nuvens, vendo as montanhas e os vales do alto em seu exílio voluntário da condição feminina daquele tempo, que era praticamente uma sentença ligada à reprodutividade e ao núcleo familiar. Sua conquista não foi apenas obter o brevê, mas ser a primeira aviadora brasileira a fazer vôos acrobáticos, a transportar passageiros e a pilotar em um voo transcontinental. Conquistou todas as licenças que pediu: piloto privado, comercial e também a licença para ser instrutora. E é importante destacar que a obtenção da licença para realizar vôos comerciais a fez pioneira mais uma vez. E além de tudo isso, por um tempo, ela escreveu semanalmente sobre aviação em um jornal. Muita gente viu o mundo do alto pelos olhos dela...









Além de uma aviadora de sucesso, Anésia foi feminista, como Amelia Earhart, a incrível americana que desapareceu no mar tentando dar a volta ao mundo num biplano, o mais clássico dos aviões clássicos. Ela participou do I Congresso Feminista Internacional como delegada da Liga Paulista pelo Progresso Feminino. Na comemoração do centenário da independência, o vôo interestadual que realizou (Rio a São Paulo) foi considerado uma divulgação do movimento feminista, visto que ela foi a pioneira nesse tipo de façanha. Nesse episódio, a pilota foi cumprimentada pelo próprio Santos Dumont.

Na foto: Anésia em seu biplano, a máquina mítica, descrita por Amelia Earhart como "uma coisa de fios oxidados e madeira, sem nenhum atrativo". Rs. Nem tanto. Ambas se apaixonaram por essa incrível "coisa"! E nós, meros seres terrestres, ficamos aqui, com o olho rútilo e com baba escorrendo do canto da boca, embasbacados com tanta coragem e determinação naqueles tempos heróicos.


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